Doce é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.
Se, pois, o homem viver muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo lembre-se dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.
Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e anime-te o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas Deus te trará a juízo.
Afasta, pois, do teu coração o desgosto, remove da tua carne o mal; porque a mocidade e a aurora da vida são vaidade.
Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles;
antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;
no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas,
e as portas da rua se fecharem; quando for baixo o ruído da moedura, e nos levantarmos ã voz das aves, e todas as filhas da música ficarem abatidas;
como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai ã sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;
antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto ã fonte, ou se desfaça a roda junto ã cisterna,
e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.
Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.